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09/11/10 por
No Brasil, 71% das indústrias declaram adotar procedimentos relacionados à gestão ambiental, como uso eficiente de energia, minimização de resíduos e reutilização de água. Esse percentual diminui para 61% entre as pequenas empresas e sobe para 95% entre as grandes. 29% ainda não incorporaram essas práticas.
Os dados são da Sondagem Especial de Meio Ambiente, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada no dia 30 de setembro.
Entre as empresas que afirmam adotar tais procedimentos, 87% informam ter instituído um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) com certificações internacionais, a exemplo da ISO 14000, uma série de normas desenvolvidas pela International Organization for Standardization (ISO), organização não governamental com sede em Genebra, na Suíça. O documento estabelece diretrizes sobre a área de gestão ambiental dentro de empresas e confere, mediante auditoria externa, padrão internacional às ações realizadas pelas empresas.
São documentos que conferem padrão internacional a essas ações, o que é bastante positivo para as empresas e para o meio ambiente, afirma Heloisa Menezes, diretora de Relações Institucionais da CNI. Por outro lado, devemos considerar que há empresas que adotam essas práticas e não perseguem a certificação, completa Heloisa.
Para Helio Mattar, diretor presidente do Instituto Akatu, essa postura das empresas é, de certa forma, uma resposta às exigências dos consumidores. O consumidor vem considerando ações socioambientais das empresas na hora de escolher de quem comprar, e não apenas os tradicionais critérios de preço, qualidade, inovação e design. E, essa tendência, que não tem mais volta, tem influenciado na decisão das empresas de incorporar a sustentabilidade nos seus negócios.
Segundo a pesquisa (Responsabilidade Social Empresarial, Percepção do Consumidor Brasileiro), realizada pelo Akatu em
De olho no mercado consumidor
Um dos subtítulos do relatório da CNI confirma as considerações do Akatu: Empresas estão preocupadas com sua imagem e reputação. Ou seja, a preocupação com a sustentabilidade em si, com a preservação da vida no planeta, ainda não é o que move esses planos de gestão ambiental, e sim a preservação de suas fatias de mercado.
A grande maioria das indústrias incorpora gestão ambiental em suas cadeias produtivas por questões mercadológicas: 79% declararam que o fazem por preocupação com a imagem e reputação da empresa.
Depois vem a obrigação legal: 78% disseram que cumprem exigências do licenciamento ambiental; e 67%, regulamentos ambientais; quase 66% por política interna das empresas, e 55% para reduzir desperdício de insumos e matérias primas.
Os resultados só comprovam a enorme importância do consumidor. Afinal, ele forma o mercado que as empresas querem manter ou cativar. Inclusive, 28% das indústrias citaram diretamente o cliente, declarando que adotam medidas de gestão ambiental por causa das exigências dos consumidores.
Ainda segundo a pesquisa, os programas mais adotados pelas empresas dentro do SGA foram a redução da geração de resíduos (80% das empresas), o uso eficiente de energia (70%), a redução do consumo de água (58%), o uso de resíduos como matéria-prima ou insumo (46%) e a reutilização de água (44%). Já a proteção de áreas ambientais sensíveis teve adesão de 36%, enquanto investimentos na produção da biodiversidade abrangeram apenas 7%.
Investimentos
A pesquisa mostra que 88% das empresas previam investir em preservação ambiental em 2010. Na opinião das empresas entrevistadas, esses investimentos deveriam ser impulsionados por meio de incentivos fiscais, acesso a crédito de fundos ambientais e pelo pagamento por programas de conservação.
A sondagem da CNI foi feita com 1.227 empresas (677 pequenas, 367 médias e 183 grandes), entre os dias 5 e 19 de abril.
(FONTE: Instituto Akatu)
telefone: 53 3347 8400 ramal:8479